Doenças
mais frequentes
Desinteria
As
desinterias são ocasionadas por diversas causas, e aparecem mais
freqüentemente nos coelhos durante a época do desmame. Em geral as
desinterias são produzidas pelos alimentos fermentados ou sujos;
pelo excesso da forragem verde de alimentação. Também são causas
da desinteria as intoxicações alimentares, parasitas intestinais,
os. alojamentos húmidos e calor intenso.
Além
disso a desinteria é um sintoma comum a diversas doenças, sendo
mais ou menos grave, conforme as causas que a provocaram.
Em
geral o criador nota o aparecimento da desinteria ao fazer
diariamente a inspecção nas coelheiras quando os animais doentes
se apresentam com os pêlos em volta do ânus sujos de fezes moles.
Além disso os coelhos apresentam o ventre inchado,
perda de apetite, bebem muita água, olhos baços e pêlos
arrepiados.
Coriza
Esta
enfermidade que aparece nas coelheiras em qualquer época do ano
manifesta-se em geral por abundante secreção da mucosa do nariz,
acompanhada de espirros contínuos, podendo, conforme o caso, ser
benigna ou infecciosa.
O
aparecimento da coriza entre os coelhos é motivada não só pelas
mudanças bruscas de temperatura, chuvas contínuas, ventos e
humidade, como também pela poeira, alimentação deficiente e falta
de higiene nas coelheiras.
A
coriza infecciosa é, em geral, encontrada em diversas enfermidades
graves com lesões pulmonares, e infecção geral. A coriza é quase
que comum nas criações cujos animais se alojam em coelheiras
instaladas ao relento, expostas ao sol, chuva e humidade. O clima e
a localização do terreno onde se acham instaladas as coelheiras
influem consideravelmente no aparecimento de qualquer moléstia,
principalmente tratando-se da coriza, quando sabemos que, em
grande parte, a humidade, o vento e as mudanças bruscas de
temperatura são os responsáveis pelo seu aparecimento.
Com
isto, vemos que é muito rara a existência de coriza nas criações
onde as coelheiras estão colocadas em recintos fechados, que
as abriguem do vento e chuva.
Nessas
condições, os coelhos assim protegidos, dificilmente poderão
contrair consipações que os predisponham à coriza.
No
início da doença, os coelhos espirram continuamente, e nos casos
benignos, não perdem o apetite e nem enfraquecem.
Com
o decorrer da doença, após 2 ou 3 dias, começa a sair pelas
fossas nasais um corrimento aquoso e inodoro. O coelho assim atacado
esfrega constantemente o nariz com as patas dianteiras: chega a
perder o apetite; fica triste e com os pêlos arrepiados,
apresentando os olhos embaciados e quase não se alimenta.
A
coriza, não sendo tratada em tempo útil , irá apresentar,
além dos espirros, um corrimento ocular aquoso. Com a evolução da
doença, este corrimento nasal torna-se mucoso, espesso, e quando
aderente à ração do animal, chega a obstruir as narinas,
determinando a morte do mesmo por asfixia. O aparecimento da coriza
é muito comum durante o inveno.
Assim,
em primeiro lugar devemos eliminar as causas determinantes da mesma
e isolar os animais doentes. Estes deverão ser colocados em lugares
secos, limpos e bem abrigados.
Em
geral, a morte do animal dá-se pela obstrução das fossas
nasais, o que impede o animal de respirar. Isto acontece porque o
corrimento nasal, em contacto com a ração, forma uma massa de
consistência mais ou menos dura que, ao secar, chega a entupir
completamente as fossas nasais.
Sarna
Auricular
É
esta uma doença comumente encontrada nas criações de coelhos,
cujo rápido contágio facilita em pouco tempo a propagação da moléstia
entre todos os animais. A sarna auricular é uma infecção
parasitária ocasionada por dois parasitas, Psoroptes communis
e Chorioptes cuniculis, os quais se localizam dentro do
ouvido do coelho, na parte profunda da pele, chegando muitas vezes a
provocar a morte do animal quando não tratado em tempo.
A
primeira manifestação de sarna de orelha começa pelo aparecimento
de forte irritação, no interior de um dos ouvidos do coelho,
seguida de inflamação e formação de uma secreção espessa, que
em poucos dias torna-se serosa e amarelada. Com a continuação da
doença, há formação de crostas ou escamas de cor
amarelo-pardo, aderentes à parte interna da orelha fechando
completamente o ouvido do animal.
Os
animais assim infectados tornam-se fracos, emagrecendo
rapidamente, chegando muitas vezes à morte; inclinam a cabeça para
o lado doente, procurando coçar com as patas a orelha atacada. Com
o avançar da doença , iremos encontrar juntamente com as crostas,
sangue e pus, de cheiro fétido. Tratando-se de moléstia muito
contagiosa, o criador deve tomar medidas de profilaxia e
higiene a fim de impedir a propagação da moléstia.
Medidas
Profiláticas - Manter uma limpeza rigorosa nas coelheiras. Não
permitir a entrada de animais doentes na criação; todos os coelhos
deverão ser examinados periodicamente.
Os
animais doentes deverão ser logo observados pelo seu veterinário
assistente e isolados. As gaiolas ocupadas pelos coelhos
doentes deverão ser desinfectadas.
Mixomatose
É
uma das doenças mais graves que atacam os coelhos, ocasionando
grande mortandade no plantel, e propagando-se rapidamente entre os
animais sãos. Os animais, quando atacados pela mixomatose,
apresentam os seguintes sintomas:
no
início da doença aparece um corrimento nasal que vai
aumentando, chegando às vezes a dificultar a respiração do
animal.
Em
seguida apresenta os olhos congestionados e inflamados, com grande
secreção purulenta. Logo aparecem pequenos tumores na base da
orelha, nariz e lábios, que vão se estendendo por toda a cabeça,
a qual se apresenta muito inchada.
Após
os primeiros sintomas, estes tumores espalham-se por todo o corpo,
principalmente no ânus e órgãos genitais, onde são encontrados
em grande número.
Estes
tumores, quando abertos, deixam sair um líquido mucoso de cor rosa.
O animal apresenta uma febre ligeira, emagrece e morre geralmente
entre 4 a 8 dias, após o aparecimento dos primeiros sintomas. É a
mixomatose muito contagiosa, e sua transmissão é feita pelos
mosquitos e pulgas.
Recomenda-se
vacinar os animais preventivamente.
Vermes
Intestinais
Os
coelhos são também atacados pelos vermes intestinais que ocasionam
sérios prejuízos nas criações infectadas.
Os
coelhos contaminados perdem o apetite, enfraquecem rapidamente,
apresentando-se sempre magros, chegando muitas vezes a ter convulsões
e paralisia. Na autópsia dos coelhos doentes os intestinos
apresentam-se endurecidos e resistentes ao corte, e no seu
interior encontramos geralmente grande quantidade de parasitas
Indigestão
Quando
os coelhos são muito vorazes e o criador não controla a quantidade
de ração que é distribuída diariamente, os animais apresentam-se
com o estômago endurecido e o ventre inchado. As vezes, o animal
chega a vomitar, torna-se inquieto, e deixa de comer. Isto também
acontece no caso do animal ter comido grande quantidade de verduras
que fermentaram, dando origem à formação de gases ou também no
caso de envenenamento por plantas tóxicas..
Parasitas
Externos
Vários
parasitas como as pulgas e os piolhos chegam a atacar os coelhos,
produzindo o emagrecimento do animal, e dando ao pêlo um mau
aspecto. Os piolhos chegam a ocasionar a queda do pêlo no dorso do
animal e na cauda, pois, para atenuar as picadas do parasita o
coelho procura coçar as partes atingidas, arrancando ele próprio o
pêlo destes locais.
Sarna
Esta
doença, muito contagiosa, é caracterizada pela formação de
crostas na cabeça do coelho, principalmente na boca, olhos e nariz,
estendendo-se nos casos graves às patas e órgãos genitais.
Esta
sarna é muito diferente da sarna da orelha, pois esta só ataca o
corpo do animal.
As
primeiras manifestações da sarna começam com a picada do parasita
que causa forte irritação, ocasionando o aparecimento de um líquido
que, ao secar, forma crostas duras, de cor amarelo-cinza.
Como
a sarna se localiza de preferência na cabeça e boca do animal, os
lábios se apresentam consideravelmente inchados e o coelho não
pode alimentar-se devido à dor e à dificuldade que sente ao
mastigar. Com isto o animal emagrece, enfraquecendo até morrer.
Sendo
ás crostas localizadas em volta do nariz, há inflamação do
local, determinando grande dificuldade na respiração.
Entretanto,
no início da doença, antes que a sarna atinja completamente a cabeça
do animal, o seu tratamento é fácil. Assim, o criador ao notar que
o focinho do coelho que é geralmente limpo e brilhante, se
apresenta coberto com um pó branco, semelhante à farinha, deverá
logo examinar o animal, assim como as suas patas, onde ele irá
encontrar entre as unhas o mesmo pó branco. Isto acontece porque o
coelho, ao sentir a irritação produzida pela picada do parasita na
cabeça, procura coçar o local, fazendo então com que as
unhas se apresentem infectadas.
Toxoplasmose
É
também uma enfermidade de rápida evolução, 8 a 10 dias, cuja
transmissão é ocasionada pelas pulgas e piolhos. Os animais
doentes apresentam febre, falta de apetite, grande abatimento, muita
sede, abdomen aumentado de tamanho, emagrecimento, anemia, diarréia
fétida de cor esverdeada ou sanguinolenta e convulsões.Poderá
existir ir paralisia da região posterior. Os animais doentes deverão
ser isolados.
Torcicolo
Acontece
que muitas vezes encontramos um ou mais coelhos que se apresentam de
um dia para o outro com a cabeça completamente virada.
Se
os coelhos nestas condições não se acham atacado pela sarna
auricular, essa torção da cabeça é de origem alimentar,
ocasionada pela deficiência da Vitamina B, na ração. O coelho,
nestas condições, torce a cabeça para um lado, dando a impressão
que os músculos estão continuamente em contracção; o animal anda
com grande dificuldade, girando freqüentemente sobre um mesmo lado.
Conjuntivite
dos Coelhos Novos
É
uma enfermidade que ataca os olhos, sendo muito comum nos coelhos
novos, devido ao forte cheiro de amoníaco que se desprende da urina
e excrementos. Isto só acontece nas criações sem normas de
higiene.. Os olhos apresentam-se inchados e completamente
fechados.
Quando
eles abrem escorre uma grande quantidade de um líquido seroso
e amarelado que enrijece. Devido à esta infecção, a
membrana do olho torna-se opaca.
Não
deixe de recorrer ao seu médico veterinario assistente. Somente ele
é capaz de reconhecer com certeza a doença e o tratamento
correcto.
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